Passo o teu nome da minha boca para este lugar de papel.
E assim tu vens, menina do rio,
louca e desastrada, nessa tua canoa de silêncios,
a entrar no poema.
Mãos em existência felina
e respirando sem pausas. Voltas a cabeça para o lado
da luz e abre-se devagar o talento incendidado
do teu rosto.
(...)
A minha alegria é um aroma de tangerinas nos dedos,
comer aos gomos a paisagem
e limpar depois
a boca
à manga do espanto.
Tu puxas-me
e somos duas crianças
nnnnnnnnn num trilho de mata,
nnnnnnnnnnnnn num banco de pedra,
nnnnnnnnnnnnnnnn num portão verde dividindo
o aqui e o ali.
Porque nós estamos aqui.
Aqui onde te entrego os meus bolsos,
e - repara - as tuas mãos cabem.
Nós estamos aqui.
(...)
Vasco Gato, 47, edição do autor, 2005
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