sábado, 29 de novembro de 2008

O Senhor Fortunato

O último julgamento, há muito tinha caído a noite e na assistência apenas estava Fortunato, era de tráfico de droga e nele era protagonista um rapaz novo, ainda espigadote e na sua opinião, com a garimpa demasiado levantada.
Geração de mal educados, respondões, que não conheciam as regras mínimas de convívio comunitário, nos autocarros ou nos cafés, em qualquer lado, repetiam-se os comportamentos lamentáveis de jovens que não se levantavam nos transportes públicos, insultavam quem os repreendia, assaltavam velhinhas na rua, diziam impropérios a plenos pulmões, sempre numa atitude propositada de confronto e com permanente ar de desafio.
Era pois injustificável o comportamento deste arguido. a forma como, quase insolentemente, respondia ao Tribunal e Fortunato desejava que este agisse em conformidade, punindo-o na excata medida da sua culpa.
Ouvira esta expressão uma vez numa audiência e fixara-a porque lhe parecera que essa devia ser toda a essência de um julgamento criminal.
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Renato Barroso, O senhor Fortunato, A Contos Com A Justiça

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