quinta-feira, 18 de março de 2010

1.

Como a verdade da noite, o som do escuro dobra-se às angústias da claridade, e nós trocamos o mundo da memória - esse que apenas nos recorda os erros de percepção - até respirarmos uma nova luz. Margarida Maria tinha passos de nuvem, como se tivesse engolido todos os relógios e balbuciasse infinito, momento a momento, sempre e antes. Nas eras do tempo, antigamente, pretérito, ainda o homem creu que os dias se seguiam, e o escuro da noite se apartava da largueza da luz. Em vão; invariavelmente enganado.

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