quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Quarto Crescente

Porque vejamos: uma lua destas
já nem lua é. A lua quer-se grande,
leitosa, apontável às crianças:
olha o homem da lua, os olhos, a
jjjjjjjjjjjjjjjjjj
vassoura. Mas uma lua destas,
desfazendo-se em sombras, um ar
de quem passou o dia em claro
já nem lua é. Que não exija então
jjjjjjjjjjjjjjjjjjjj
o impossível, que não se finja
a sério a pedir versos e algum olhar:
o poeta não usa telescópio,
nem se vai acordar uma criança
por gomos de luar
jjjjjjjj
Ana Luísa Amaral, imagens, Coisas de Partir, Gótica, 2001

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