quarta-feira, 26 de agosto de 2009

AZUL (em memória de Sophia)

Cega-te a luz do sol - nunca te esqueças
deste dia sem fim:
no horizonte nascem as promessas
e hás-de ficar assim,
jjjjjjjjjjjjjjjjjjjj
à espera de um milagre que te fale
com a voz de uma sereia
até te libertar de todo o mal
e deixar sobre a areia
bbbbbbbbbbb
o gesto inconsolável de algum deus
desfeito já na espuma
dos sonhos que algum tempo foram teus
ou das nuvens que fogem uma a uma.
jjjjjjjjj
Cega-te a luz do dia - sobre o mar
um azul que não sabes decifrar.

Fernando Pinto do Amaral, Pena Suspensa, Dom Quixote, 2004

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