quinta-feira, 30 de abril de 2009

Por Abril (e tão verdade)

Por Abril me vou
pastoreando o monte.

Não vejo senão estevas
perdidas no torpor do sono,
insectos sobrevivos por milagre
e ventos quanto baste
para lembrar as vingativas
navalhas de Fevereiro.

Quem diria de Abril -
supostamente o das flores
e dos arroubos do sangue -
esta desleal,
dolorosa ocultação da Primavera.

A. M. Pires Cabral, Arado, Edições Colibri, 2009

1 comentário:

fora de tempo disse...

Boa lembrança que o frio inesperado impõe.