o mais difícil para ti
será não entenderes
pois a árvore percebe
as palavras das suas folhas
e permite-lhes chuva e sol
no trajecto da concórdia
quando era menino
amava empoleirar-me
na ciência da árvore
e respirar o sol
como uma eternidade
fffffff
ffffffff
fffff
ffffff
ffffff
fffff
branqueava ali
o dia dos castigos
sabendo que a menina,
minha mãe,
me perdoava os silêncios
num gesto descomprometido
que imitava o mundo
antes da noite
as sombras jogavam palavras novas
com as folhas cansadas
e deixavam as mais aguerridas
para salpicar no fim
quase escuro
a mãe chamara há idos
o leite ficara num copo esquecido
o ralho descontrolaria os vizinhos cansados
o olhar bastava-me a um correntio tonto
Até amanhã!
3 comentários:
Belo, Belo, Belo, Belo!!!!
Bonitos sinais. A ambiência rural na ligação com a natureza, as lembranças da infância que perpassam do mundo das crianças, e, depois, "antes da noite/ as sombras jogavam palavras novas/ com as folhas cansadas.
É o que (nos) fica. "Até amanhã".
cinco estrelas (luxo).
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