- Lançamos pernas e braços e as aranhas segregam suavíssimas teias opalescentes. pasmamos do terrível progredir das larvas: seu vulnerado gozo seu dramático instinto de bordar à superfície das folhas incríveis tortuosos itinerários. sabemos a voraz sede do húmus o crepitar das corolas nos vitrais da penumbra. impregnados de seiva debatemo-nos na cabeleira das paramécias ressuantes ao calor. deram-nos o desígnio dos líquenes ávidos o arrasante amor das trepadeiras contíguo ao espadaçar dos músculos. aos artelhos nos soldaram a pungência dos esporões a flora do sexo e das axilas em musgo tresmudada. e as gavinhas resultam das línguas enroscadas o sangue em linfa se precipita. uma orquídea desabrocha: pérfido lampejo entre as gargalhadas e o choro. enfim em nosso ventre a magnólia se espande de esperma cristalizada. contra as carótidas e a espadana nos atira suas lancvetas de incontida cólera.
hhhhhhhhhhhhh
Mário Cláudio, Novembro
as máscaras de sábado
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