quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Poesia...
Poesia é esta guerra que me travo
num sabor estranho de entender,
ora de doce gosto, ora amargo.
No que invento finjo compreender
as mentiras que me pinto
de verdades.
O que sinto e não sinto:
Corações inteiros,
corações parceiros
que reparto em metades.
A poesia é tudo e nada,
ao mesmo tempo.
O som de uma terra arada,
o silêncio de um lamento.
A angústia que não rima,
de propósito.
Porque a música
(é sina e desatina)
lhe dá um gosto pastoso.
Quero dar cabo do verso,
fugir da nota que embala;
Não inventar um pretexto
p’ra te ritmar a fala.
Esforço mas não consigo
que o poema seja rude.
Será de sonhar contigo?
De facto, sonho amiúde!
(15.12.2007)
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2 comentários:
Riscos do sonho frequente.
Dá uma certa confusão.
"Poesia é esta guerra que me travo
num sabor estranho de entender,.."
o que sinto ou invento e
nunca trago
comigo nesta forma de te ver
Poesia é a angustia de sentir
Que não abarco a leitura do teu ser
Uma ansia de sentir e descobrir
o que escondes
que guardas
e que não deixas antever
e sair do verso para a luz
Na procura do poema por fazer
Poesia é este gosto amargo
Que descubro em vez de ti
Nesse modo tão agónico
de te ser(es)
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