sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O que não está rodeado de incerteza não pode ser verdade

Richard Feynman

3 comentários:

Anónimo disse...

Porque é que, na maior parte das vezes, os homens na vida quotidiana dizem a verdade? Certamente, não porque um deus proibiu mentir. Mas sim, em primeiro lugar, porque é mais cómodo, pois a mentira exige invenção, dissimulação e memória. Por isso Swift diz: «Quem conta uma mentira raramente se apercebe do pesado fardo que toma sobre si; é que, para manter uma mentira, tem de inventar outras vinte». Em seguida, porque, em circunstâncias simples, é vantajoso dizer directamente: quero isto, fiz aquilo, e outras coisas parecidas; portanto, porque a via da obrigação e da autoridade é mais segura que a do ardil. Se uma criança, porém, tiver sido educada em circunstâncias domésticas complicadas, então maneja a mentira com a mesma naturalidade e diz, involuntariamente, sempre aquilo que corresponde ao seu interesse; um sentido da verdade, uma repugnância ante a mentira em si, são-lhe completamente estranhos e inacessíveis, e, portanto, ela mente com toda a inocência.

Friedrich Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano'


É na faculdade de mentir, que caracteriza a maior parte dos homens actuais, que se baseia a civilização moderna. Ela firma-se, como tão claramente demonstrou Nordau, na mentira religiosa, na mentira política, na mentira económica, na mentira matrimonial, etc... A mentira formou este ser, único em todo o Universo: o homem antipático.
Actualmente, a mentira chama-se utilitarismo, ordem social, senso prático; disfarçou-se nestes nomes, julgando assim passar incógnita. A máscara deu-lhe prestígio, tornando-a misteriosa, e portanto, respeitada. De forma que a mentira, como ordem social, pode praticar impunemente, todos os assassinatos; como utilitarismo, todos os roubos; como senso prático, todas as tolices e loucuras.


Teixeira de Pascoaes, in "A Saudade e o Saudosismo"

Anónimo disse...

A mentira é o degrau de todos os vícios!
(Textos Cristãos)

É indispensável boa memória após se haver mentido!
(Pierre Corneille)

Torna-se verdade a mentira repetida!
(Ramón Campoosorio)

Os mentirosos são sempre pródigos em juras!
(Pierre Corneille)

Há uma inocência na mentira que é o sinal da boa fé numa causa!
(Friedrich Nietzsche)

Nunca se mente tanto como em véspera de eleições, durante a guerra e depois da caça!
(Otto Bismarck)

A mentira deriva, em geral, do medo injustificado!
(Textos Judaicos)

Há pessoas tão dadas ao exagero que não podem dizer a verdade sem mentir!
(Henry Brown)

A mentira é como uma bola de neve; quanto mais rola, tanto mais aumenta!
(Martinho Lutero)

A mentira é a religião dos escravos e dos senhores; a verdade, a divindade do homem!
(Máximo Gorky)

A mentira tem perna curta!
(Textos Judaicos)

Com o engodo de uma mentira, pesca-se uma carpa de verdade!
(William Shakespeare)

Nenhuma mentira chega a envelhecer no tempo!
(Sófocles)

A mentira, como o óleo, flutua à superfície da verdade!
Henryk Sienkiewicz

Ousa dizer a verdade: nunca vale a pena mentir.
Um erro que precise de uma mentira, acaba por precisar de duas!
(George Herbert)

A mentira é o papel-moeda da verdade. Só tem crédito quando representa um valor que não convém pôr em circulação!
(Jacinto Martinez)

Mentir com finura é uma arte, dizer a verdade não é senão agir em conformidade com a natureza!
(Óscar Wilde)

Assim como o mentiroso está condenado a não ser acreditado quando diz a verdade, é privilégio de quem goza de boa reputação ser acreditado mesmo quando mente!
(Miguel Cervantes)

É verdade que se mente com a boca; mas a careta que se faz ao mesmo tempo diz, apesar de tudo, a verdade!
(Friedrich Nietzsche)

As verdades são nuas, mas as mentiras precisam de estar vestidas!
(Textos Judaicos)

Deve-se cobrir a mentira com um manto de verdade!
(Torquato Tasso)

E, afinal de contas, o que é uma mentira?
É apenas a verdade mascarada!
(George Byron)

AugustoMaio disse...

Completos comentários, que se agradecem.