Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
Nenhum súbito súbdito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha
qualquer. Mas eu que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha
Ruy Belo (1933 - 1978)
Todos os Poemas, II
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3 comentários:
Nada!!!
Sei que me levanto segunda-feira a resmungar e de repente no fim de sexta-feira só penso em descansar.
Fazem-nos sempre falta poemas sobre o tempo!
Muito Belo,
o poema do Ruy
Belo!
E será que alguém sabe?!
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