sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Fora eu poeta

Gostava de te apanhar o gesto
Sem ter que te sentir a mão.
Prender-te do olhar, o resto
Sem te pedir, sequer perdão.

Cantar-te como Pessoa cantava.
Abrir, tal como Camões abria
Numa rima de glória elevada
Os corações apartados da poesia.

Ah! fora eu poeta e tu o meu poema
Ou fora cesteiro que te adoba o vime
Não podia, nem assim, ter lesta a pena
D'imaginar os sons que te fazem sublime.

(11.01.2008)

1 comentário:

Anónimo disse...

O cesteiro que adoba o vime, tal como o pedreiro que enfeita a pedra. É a arte da arte.