segunda-feira, 19 de maio de 2008

Mário Sá-Carneiro

Quase...

Teus olhos espelhavam vontade de céu
Em disfarce temporário aqui em terra,
Encoberto em sons de poemas como véu
Que todo abre ao sol e abrasando ferra

Um pouco menos luz, eras humano
Um pouco menos azul, só eras Mário
Mas da vida fizeste sudário em pano
Que disfarçava o calor de teu solário

Só a quem lê faltará o golpe de asa
Pequenos ao tamanho de tanto além
Ficámos e ficamos nós aqui aquém
Só memória tem luz da grande brasa

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito interessante e a captar a verdadeira ìndole, a essência.