segunda-feira, 12 de maio de 2008

Lenta despedida

O Sol iniciava a sua lenta despedida, deixando no horizonte tons que marcavam o fim de mais um dia de Outono. Ela ao longe, só, encostada a uma árvore, não conseguia chorar; o que sentia era de tal forma grande e forte, que a transcendia como se consumisse a sua própria existência. Tudo o que ela era, tudo o que a rodeava não passava de borrões indefinidos, espalhados numa realidade que se confinava à própria dor.
O corpo envolto pelo castanho madeira baixava à terra. As silhuetas negras eram como pequenos recortes maculando a pouca luz que se esvanecia. Um vento suave, mas frio, varria as folhas prostradas sob o chão, encenando um pequeno e estranho bailado…

1 comentário:

sombra esculpida disse...

Encostada
no conforto rugoso
daquela árvore
Abraçada na desculpa
silenciosa do entardecer
Sem vontades
Sem permissas
Sem...