pena, pena é não se arrancarem todas. suavemente.
"Qualquer coisa de obscuro permanece No centro do meu ser. Se me conheço, É até onde, por fim mal, tropeço No que de mim em mim de si se esquece. Aranha absurda que uma teia tece Feita de solidão e de começo Fruste, meu ser anónimo confesso Próprio e em mim mesmo a externa treva desce. Mas, vinda dos vestígios da distância Ninguém trouxe ao meu pálio por ter gente Sob ele, um rasgo de saudade ou ânsia. Remiu-se o pecador impenitente À sombra e cisma. Teve a eterna infância, Em que comigo forma um mesmo ente." Fernando Pessoa (Dream)
Ele pensa noutra e está com ela, ele pensa nela e está com outra...a eterna (in)felicidade, parece-me.
A casa de banho estava disponóvel?Anínimo anónimo
"Bastam-me as cinco pontas de uma estrelaE a cor dum navio em movimento E como ave, ficar parada a vê-la E como flor, qualquer odor no vento. Basta-me a lua ter aqui deixado Um luminoso fio de cabelo Para levar o céu todo enrolado Na discreta ambição do meu novelo. Só há espigas a crescer comigo Numa seara para passear a pé Esta distância achada pelo trigo Que me dá só o pão daquilo que é. Deixem ao dia a cama de um domingo Para deitar um lírio que lhe sobre. E a tarde cor-de-rosa de um flamingo Seja o tecto da casa que me cobre Baste o que o tempo traz na sua anilha Como uma rosa traz Abril no seio. E que o mar dê o fruto duma ilha Onde o amor por fim tenha recreio." Natália Correia, in Passaporte
A Viagem pouco custou...E Afinal o que é que custou realmente?
A casa de banho estava amarguradamente ocupada... E o que custou mais foi o facto de termos chegado, independentemente da nossa vontade...
"As cinco pontas de uma estrela"...se possível, do MAR!
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7 comentários:
"Qualquer coisa de obscuro permanece
No centro do meu ser. Se me conheço,
É até onde, por fim mal, tropeço
No que de mim em mim de si se esquece.
Aranha absurda que uma teia tece
Feita de solidão e de começo
Fruste, meu ser anónimo confesso
Próprio e em mim mesmo a externa treva desce.
Mas, vinda dos vestígios da distância
Ninguém trouxe ao meu pálio por ter gente
Sob ele, um rasgo de saudade ou ânsia.
Remiu-se o pecador impenitente
À sombra e cisma. Teve a eterna infância,
Em que comigo forma um mesmo ente."
Fernando Pessoa
(Dream)
Ele pensa noutra e está com ela, ele pensa nela e está com outra...a eterna (in)felicidade, parece-me.
A casa de banho estava disponóvel?
Anínimo anónimo
"Bastam-me as cinco pontas de uma estrela
E a cor dum navio em movimento
E como ave, ficar parada a vê-la
E como flor, qualquer odor no vento.
Basta-me a lua ter aqui deixado
Um luminoso fio de cabelo
Para levar o céu todo enrolado
Na discreta ambição do meu novelo.
Só há espigas a crescer comigo
Numa seara para passear a pé
Esta distância achada pelo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.
Deixem ao dia a cama de um domingo
Para deitar um lírio que lhe sobre.
E a tarde cor-de-rosa de um flamingo
Seja o tecto da casa que me cobre
Baste o que o tempo traz na sua anilha
Como uma rosa traz Abril no seio.
E que o mar dê o fruto duma ilha
Onde o amor por fim tenha recreio."
Natália Correia, in Passaporte
A Viagem pouco custou...
E Afinal o que é que custou realmente?
A casa de banho estava amarguradamente ocupada... E o que custou mais foi o facto de termos chegado, independentemente da nossa vontade...
"As cinco pontas de uma estrela"...se possível, do MAR!
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