segunda-feira, 28 de abril de 2008

Posso até...

Posso até isentar-me do poder da morte. É verdade que não consigo afastar a ideia que ela se me cola constantemente aos calcanhares. Muito menos sou capaz de lhe negar realidade. Mas posso aniquilar a sua ameaça, evitando escorar a minha vida em pontos de apoio tão precários como o tempo e a glória. - Stig Dagerman, A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer.

3 comentários:

Anónimo disse...

Que vale o tempo e a glória, se nos mortifica
E confunde a vida com a conquista ilusória?

Anónimo disse...

"Só existe uma consolação verdadeiramente real: a que me diz que sou um homem livre, ser inviolável, soberano dentro dos seus limites"
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"Mas a liberdade começa na escravidão e a soberania na dependência. O sinal mais vivo da servidão é o medo de viver. O definitivo sinal de liberdade é o facto de o medo deixar espaço ao gozo tranquilo da independência.
Dir-se-á que preciso de ser dependente para conhecer o gozo de ser livre! É certamente verdade. À luz dos meus actos, percebo que toda a minha vida parece não ter tido por objectivo senão construir o meu próprio infortúnio: sempre me escravizou o que devia tornar-me livre."

Stig Dagerman,A Nossa Necessidade de Consolo é Impossível de Satisfazer.

Anónimo disse...

Quando o dia está aqui eu consigo me iludir que o pior
já me passou, quando o céu ainda tem luz parece que
aquela cruz que deixaste me deixou. Escondo-me entre a
multidão e até penso que a razão meu sentimento venceu,
eu não minto quase sinto que sem ti posso ser eu.

Mas quando chega a solidão quando a noite em mim se
abriga estou de novo em tuas mãos e o punhal no
coração volta a dar sinais de vida. Quando chega a
solidão quando a noite me trespassa volto a ver que é
tudo em vão e que morro de paixão até chegar a
madrugada.

Quando o sol está a brilhar eu consigo até pensar que
a tristeza já lá vai, quando a Terra ganha cor parece
que aquela dor que deixaste não dói mais. Escondo-me
entre a multidão e até penso que a razão meu
sentimento venceu, eu não minto quase sinto que sem ti
posso ser eu.