sexta-feira, 1 de junho de 2012
segunda-feira, 9 de abril de 2012
tenho em mãos a sobra de um cabelo louro;
louco como foste, sombra de regresso; sonho
o sonho que assim seja. não destrói a água
- torrente de mágoa - o que se disfarça em linha de futuro.
uma cigarra enganou-se e, como o acrescento,
disse que viveria cem anos; anos sem o rosto
que adubava o cabelo. não quero tê-lo. presságio
em demasia para uma ausência (tão fria).
domingo, 25 de março de 2012
domingo, 18 de março de 2012
Longe do coração
Deixei o coração no armário mais velho
onde vais sempre recuperar os frescos da primavera
e parti de encontro ao mundo, que um sobressalto
me clarificou em aviso: "deixa-te de poemas e volta ao cimento".
Não sei, agora, que uso tens dado à minha perda, mas
oiço, às vezes, como se no peito usasse um búzio,
que lhe tens contado histórias inquietas, tal como essa
de dizeres que a saudade enobrece, e a outra
que ninguém morre além de na memória dos queridos.
Gostava de acreditar nos teus lábios, mas
nenhuma imprudência acautela o retorno; fico
até que os dias partam ao mesmo tempo
(18.03.2012)
domingo, 11 de março de 2012
Procura..
Agora é vento o meu nome
e não me perguntes nos lugares antigos: fui,
vestido de tempestade, para longe do mar; deixei
os seixos arremessados às ondas,
os gritos das gaivotas, a irritação
do sol debruando a areia. Procura-me
no assobio dos moinhos, nas mãos do pão,
no silêncio com que
as árvores se despedem do dia.
(24.05.2010).
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
um dia fugido
e houve um dia,
completamente perdido num mês indefeso,
em que os olhos se me fizeram lágrimas
só de saber que, desde então,
a saudade era uma capa mais aderente
que a lembrança dos teus modos.
partiste a uma sexta e nem era treze
(infortúnio dos desencontros,
no mapa encomendado das conveniências)
e até a aurora tinha o cinzento
normalizado dos invernos frouxos
e os filhos dos vizinhos (àquela hora...)
soletravam os choros revoltados
dos dias comuns.
se ao menos
fugisses no vento de uma tempestade,
tu que sempre me faiscaste as noites sóbrias!
se ao menos
tivesses deixado o som dos teus lábios,
o doce dessa pele percorrida em desejo.
como um desânimo - afinal.
01/2012
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