e olhas os meus olhos como
se fosse possível serem ainda os antigos;
fazes gestos que desaprendi,
e tudo me parece sonâmbulo,
histórias a inventar
- entre sombras e sonhos -
sem que possa galvanizar
as mãos de rugas, e o teu colo
sobre a memória já selada ao desejo
com chaves de fuga e adeus.
Podíamos caminhar num rasto novo
mas os pés ferem as pedras
que uma revolta esquecida
espalhou nos trajectos.
Resta o que sempre resta,
nada sendo; e do vazio
ainda haveremos de retirar
pedaços que a combustão não terminou;
uma imagem amolgada
ficará como o quê
dum tempo sem préstimos.
4 comentários:
Também tenho um que começa assim.
Chegas agora
E invades os meus braços.
Estás em todos os acasos.
Chegas agora
Com desfaçatez
E eu, tola, julgo que me vês.
Desenvolvido, dava um poema eterno. Antónia
Boa, p.c
Agraciado: fica bem com música, D. Antónia.
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