quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

verão gelado

está um calor no soalho das ruas
um cortinado de bafo ergue-se até até ao dorso dos adultos
e eu estou gelado, sem febre, neste agosto
que estala as canas dos riachos
secos desde junho.
as saudades humedecem os ossos...
de que serve o teu xaile feito de mãos
se as não sinto desde o inverno ido?
- minha bordadeira de afetos, dobadoira de carícias
em flor de linho;
seguiste o teu caminho
e eu?
arrefeço o verão inteiro.
tenho as malárias da tua picada
(e a europa aqui tão junto).
se voltas só depois de setembro...
tão longe, como é que lembro?
vou agonizar em tranches d'arrepios.

2 comentários:

quanto pesa o vento? disse...

saudade...
abraço.

rosto disse...

Bonita declaração de...AH! Saudade.
Se as minhas mãos te pudessem tocar... quem sabe, o inverno passasse.