antes que o escuro derrube a cerca
e contemple a madrugada. voam
lençóis em adeus festivo, içando
braços de revolta, outros de prece.
a cidade está morta no sono,
castiga-me num mar de desinteresse.
não posso ser herói
que nem me deixam ser bandido.
angustiado, reparo que só sonho
e sou o menino de côro,
a lavar os dentes, daqui a nada
com água bem desinfectada.
e toda a minha revolução
(que ia mudar o mundo
naquele preciso e
conseguido instante)
fica-se em arrumar os papéis selados
e, se ligeiro, apanhar o eléctrico.
Mas o devaneio obriga-me
a chamar o táxi.
(10.02.2009)
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