segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O velho que lembrava romances de amor

Num gesto mecânico, apertei o dorso
como quem se abraça num hábito
e o pensamento esbracejou em fumo
até se diluir nos contornos do presente;
era só a saudade, amalgamada
em resíduos de memória
que te inventava nos contornos
onde eu segurava, temerário
ilusionistas ares de realidade:
já te fugiras, sem eu crer
ida nos tempos puídos dum calendário
onde as moças dos pneus
ainda usam corpetes de renda;
oh!, anos de brasa (frios)
- bêbados como na lei seca:
o século há muito partiu
e eu fiquei na grande guerra
perdida, sempre
em invenções de fantasia.

2 comentários:

rosto disse...

AHAAAHHH!!!Tanta saudade!...

AugustoMaio disse...

Agora imagina:
Ah! Tanta saudade...
Ah! tanta saudade...
Ah! Ah! tanta saudade,

era muito mais triste.

É verdade, a saudade, quase por definição, é das coisas alegres!

AHAAAHHHHH!!!!