é vinte e cinco. é dezembro.
a saudade (como neve) é brancura.
é sempre o mesmo o Natal que lembro.
o avô trazia nos bolsos os confeitos.
o castanho desaparecia na fogueira.
os netos, um a um, satisfeitos,
sentados no banquinho, à lareira.
lá fora o mundo treme em frio.
a mãe avisa os mais pequeninos:
- nunca se esqueçam dos outros meninos...
mas todos só ouvem é o assobio
e correm ao colete, em côro
sacando os rebuçados do presente.
lá fora continua hoje o frio, mas o choro
é de querer um dia igual num mundo diferente.