Dá-me uma letra
- gasta em ferrugem de desperdícios -
e encontro o ponto
onde se equilibra a palavra inteira.
Se visse no teu olhar
os cristais de sal antes do choro
e a palavra saudade
no branco do lenço de despedida
e ainda tivesse mãos para adivinhar o gesto
diria um poema
só de silêncios e sôpro
como as manhãs certas
que só nascem no dia depois.
(25.07.2010)