milimetricamente
desenho os teus dedos com a minha mão,
rezo aos medos
e deito-me a imaginar a cor do adeus;
depois (sem haver razão)
vejo que já não são os teus
e espero que a manhã venha inquieta
que vista papoilas onde deixei as rosas
e que todas as letras, de todas as prosas
se desfaçam num poema que esqueci;
bem diferente de ti
penso ainda amar o esquecimento
corto então as mãos no meu desenho,
dedo a dedo, medo a medo
sem saber se são tuas se são minhas
(não me amanho...
estou farto de adivinhas)
e as palavras que misturo neste verso
todas são falsas sem o teu regresso
resta que a cama sonhe em meu lugar
um terraço de sereias cor da sorte;
junto ao mar
desfaço sempre a meias
meia morte
e fico mais à espera. agora que a noite se revolte
e nunca aceite palavras por murchar
(não há sorte melhor q' esperar sem história)
não quero nada maior que a memória.
13.08.2009, inicialmente no cimento
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5 comentários:
100 palavras.
Bem comentado.
BELÍSSIMO!
Por acaso, deste até "eu" gosto bastante.
e desfaço sempre a meias meia morte.
Ah! maravilha
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