Deita na trôpega gamela
a esfiapada revolta
dos dias mansos
(o mundo gosta de certeza
adora e louva os tansos)
e junta-lhe o sal sobrante
da adolescência
(o mundo gosta de velocidade
se for corrida em paciência)
esticando a mistura
até volver imponderável
(o mundo só arrisca no provável)
e aceita o tempero do escárnio.
Leva ao lume, em lume brando
(assim se revolta o mundo
e só de vez em quando)
até que a massa construa a palavra
que é o poema
(o mundo sempre acaba por não gostar de nada
mas nem tenhas pena)
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
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1 comentário:
Adorei!
Então, "o sal sobrante da adolescência" é belíssimo.
Parabéns.
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