Do colo branco da paisagem
saíram, abrindo-lhe um buraco ensanguentado,
a cara dela
que era uma sereia
e que era uma pantera a rebolar no chão
aos rugidos metálicos do amor
sob a forma de nuvens muito ao longe...
Despertei-me o felino adormecido.
Depois houve, feridas, duas bocas beijadas
que sangravam imenso na cozinha
onde ela calma e virtuosa ia mexendo a sopa!
E tudo após ter-se partido
uma enorme porção de loiça,
mas como se não tivesse havido nada!
Edmundo de Bettencourt, Poemas Surdos
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
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