Que farei quando tudo arde?
SÁ DE MIRANDA
mmmmmo olhar que ao ir-mos embora nos segue até à porta e desiste, e escurece, e fica para ali
mmmmmum objecto sem lugar
António Lobo Antunes, Que farei quando tudo arde
Que farei no outono quando ardem
as aves e as folhas e se chove
é sobre o corpo descoberto que arde
a água do outono
Que faremos do corpo e da vontade
de o submeter ao fogo do outono
quando o corpo se queima e quando o sono
sob o rumor da chuva se desfaz
Tudo desaparece sob o fogo
tudo se queima tudo prende a sua
secura ao fogo e cada corpo vai-se
prendendo ao fogo raso
pois só pode
arder imerso quando tudo arde
Gastão Cruz, As Aves, Transe (antologia 1960 - 1990)
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4 comentários:
Arranja-se uma bela cama e um belo parceiro, e deixa-se arder, quanto mais quente melhor...
Inventa-se um rio de águas quentes, que apague um fogo seco e inicie um fogo húmido...
isto do fogo e do arder...
deve ser apra as castanhas, não?
Quentes e boas, mas este ano mais caras, segundo reportagem.
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