Levantou-se e sentiu-se, pela primeira vez, naqueles dois anos de espera, calmo e quase feliz. Ia falar. Iam ouvi-lo. Aquele homem ia ser julgado e condenado pelo acto cruel que cometera.
A sua filha olhou-o e disse-lhe "Isto vai finalmente acabar, não é pai?".
A sua mulher disse-lhe "Finalmente vamos ter paz!".
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Confiante foi para o tribunal. O seu advogado, homem de poucas palavras, apenas lhe disse "Vamos ver se é desta que isto se resolve, mas, sabe como é, os tribunais têm tanto trabalho...".
Não o ouviu. Não quis ouvir. Hoje era o seu dia. aquele em que finalmente, após contar a sua história, e ver, pela última vez, a cara daquele homem, poderia descansar. Dormir. ter paz e tranquilidade. Aquela que lhe fora roubada por aquele homem ignóbil.
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No átrio do tribunal estava uma imensidão de gente. O burburinho que se ouvia era quase ensurdecedor.
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Mal entrou, viu-o.
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Paula Alexandra Cardoso, (In)justiça, A Fazer de Contos
2 comentários:
Porquê uma foto de beleza e harmonia imensas numa tão grande (in)justiça ?
Bem perguntado.
Não sei se há fotos sobre injustiça ou se todas o podem ser. Como não encontrei nada de especial reparei no texto que dizia que estava calmo e feliz. Daí pensei: talvez flores!
Se calhar é bom não ter uma foto destinada ao caso, mas o mais certo é ser apenas ilusão.
Como foi uma questão que me perplexou algum tempo, aprecio a sua questão, caro (a) anónimo. fez bem perguntar.
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