sábado, 15 de novembro de 2008

Cavalos Árabes

E o meu olhar diluiu-se no mar e, numa fracção de segundos, regressei a uma sala de Tribunal onde havia alguns anos se contara um conto de fadas como tantos outros iguais aquele e imaginei-me a escrever-lho.
Era uma vez num local não muito distante, logo aqui ao lado... ao alcance de um sorriso, ou de uma palavra, ou de um gesto, uma rapariguinha de cerca de nove anos, chamava-se Ana e tinha quatro irmãos. Era filha de sua mãe e de um homem desconhecido de quem não sabia o nome.
Os dois irmãos mais novos, eram do seu padrasto. viviam todos numa casa em que havia dois quartos e uma cozinha que servia de casa de jantar. A casa de banho, se assim se podia chamar, era na rua do lado de fora da casa, fosse dia ou noite, Verão ou Inverno.
Essa casa estava situada dentro de uma grande quinta de um senhor rico que tinha muitos cavalos. Alguns, diziam, eram puro-sangue árabe e ela não percebia porque lhes davam tanto valor se até eram mais baixos que os outros cavalos, embora percebesse que iam a concursos e ganhavam muitos prémios.
Diziam também que eram os cavalos de raça mais antiga e que reis e faraós (que ela não sabia o que eram), desejavam ter muitos, ou pelo menos conseguir um. também lhe contavam que havia reis nas arábias que estendiam sedas para os seus cavalos árabes se deitarem.
Não percebia a pequena Ana como podiam dar tanta importância a cavalos a ponto de os deitarem em sedas! Coisas de Reis! Mas gostava deles, dos cavalos.
ggggggggggggg
Adelina Oliveira, Cavalos árabes, A Fazer De Contos
(foto fotografada do Jornal Público)

Sem comentários: