A 4ª Dinastia de Portugal, também cognominada de Dinastia de Bragança, poderá ser a menos bem conhecida de todos aqueles que, neste nosso Portugal Moderno, tendo estudado a História Lusa, nunca chegaram, contudo, ao final dos manuais. De qualquer modo, isso nunca poderá servir de desculpa a certos "erros"cometidos por quem se propõe, além de distrair, ensinar.
Servem estas breves considerações para dar aqui notícia da "calinada" que acabei de ver, há pouco, no concurso "Jogo Duplo", apresentado pelo bonifácio José Carlos Malato. De facto, à pergunta "Quem sucedeu a D. José I?", apresentaram-se, três respostas possíveis, duas delas com os nomes de D. Maria I e D. João V. Tendo eu aventado, prontamente, da minha mesa de café, o nome da Soberana que equilibrou a nossa balança comercial externa, não me chegou para espanto o facto de ter visto como resposta correcta "D. João V". Mais, houve quem tenha ganho dinheiro, tendo escolhido tal opção.
Enfim... Provavelmente num tempo em que as "novas oportunidades" vão premiando a ignorância e o facilitismo, tal enormidade devia ser tida para mim como algo perfeitamente normal.
Afinal, que culpa terá a produção do concurso por ser ignorante?
Acima de tudo, é injusto que se apelide de "besta quadrada" o néscio - passe a redundância - que definiu, informaticamente, essa resposta como certa. E isto porque, para todos os efeitos, estamos a viver o Tempo do Magalhães, onde as verdades do computador são indiscutíveis dogmas produzidos por uma qualquer inteligência artificial, nossa substituta.
No final de tudo, resta-me, pois, pedir desculpa pelo desabafo. Mas, "burro velho não aprende línguas" e que custa ver tais coisas, lá isso custa.
Para tirar as teimas, aqui temos um relance da (possível?) história.
6 comentários:
Viriato: estou a cem por cento consigo. Quem não sabe que o D. João V foi antecessor (e pai, pois) do D. José ? e que a este sucedeu D. Maria I? aliás, D.José e D. mariana Vitória só tiveram filhas. Daí a sucessão feminina que só voltou à baila è conta dos devaneios do D. Pedro IV, que deixou o filho (homem) no Brasil para lhe suceder e trouxe a primogénita para lhe suceder cá (D. Maria II). Esses concursos primam por incorrer em variados erros crassos que, realmente, não se entende como passam incólumes. Essa de por o pai a suceder ao filho é de mestre. Não o vi programa que, sem dúvida, me teria causado urticária. A minha solidariedade. A ignorância alegre e atrevida que se instalou, e até se cultiva, cada vez mais me causa horror. Folgo em saber que não só a mim. Bem Haja.
E repare nisto, Guilherme. O que mais me choca é que o vencedor do concurso pode muito ter chegado a tal posição à conta da errada resposta correcta que deu. Foi pago por ser ignorante!
O Malato está a precisar de ser educado à moda antiga, ou seja, com a bela da palmatória.
Muito bem visto, caríssimo Viriato. Ao que se chegou, vê-se; onde se parará, imagina-se.
Acho que tudo isto é um ultraje. Mas pronto, é o país que temos. Bem lembrado...
E pensando em desgraças, sem graça, cá está.
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