quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Vento no rosto

setembro de 2008 À hora em que as tardes descem,
setembro de 2008 noite aspergindo nos ares,
setembro de 2008 as coisas familiares
setembro de 2008 noutras formas acontecem.

setembro de 2008 As arestas emudecem.
setembro de 2008 Abrem-se as flores nos olhares.
setembro de 2008 Em perspectivas lunares
setembro de 2008 lixo e pedras resplandecem.

setembro de 2008 Silêncios, perfis de lagos,
setembro de 2008 escorrem cortinas de afagos,
setembro de 2008 malhas tecidas de engodos.

setembro de 2008 Apetece acreditar,
setembro de 2008 ter esperança, confiar,
setembro de 2008 amar a tudo e a todos.

António Gedeão, Movimento Perpétuo

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