Quando chegavas cansada
sentavas-te no vime pachorrento
da verde latada
a olhar o silvo do vento
a rogar a todo o tempo
a atenção que não te dava.
Passaram os outonos, sem querer
trocando o olhar, perdidos
no não saber em que nos tínhamos:
sentir, não o sentíamos;
apenas compungidos
de ser diferente não poder.
(14.12.2007)
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2 comentários:
A insustentável leveza da monotonia do outono, do do tempo e do da vida; o fim dos sentimentos explicáveis; o estar lá, apenas, só mesmo que em companhia, a aguardar nada porque tudo tem que ser igual ao destino. 100%.
Cumpre-se o tempo nos olhares que se perdem e se deixam de trocar. São os Outonos que passam, sem cessar. São as gentes que se acomodam à serena melancolia.
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