Aborrece-me o som dos que respiram fundo
Como se, a uma vez, aspirassem o mundo;
Aborrece-me o riso dos que vendem lotaria
Como se, em sortes, comprássemos alegria.
É tentador imaginar ser outro o mundo:
Aquecer a Islândia de um simples aceno
E por magia, com o condão dum segundo
Regar o Saara inteiro c'as águas do Reno.
E fazer com que os homens fossem bons
E as mulheres, tal qual, e muito amigas;
Cada um pintando a vida nos seus tons
Como o poeta gosta d'enfeitar as raparigas.
(30.01.2008)
Como se, a uma vez, aspirassem o mundo;
Aborrece-me o riso dos que vendem lotaria
Como se, em sortes, comprássemos alegria.
É tentador imaginar ser outro o mundo:
Aquecer a Islândia de um simples aceno
E por magia, com o condão dum segundo
Regar o Saara inteiro c'as águas do Reno.
E fazer com que os homens fossem bons
E as mulheres, tal qual, e muito amigas;
Cada um pintando a vida nos seus tons
Como o poeta gosta d'enfeitar as raparigas.
(30.01.2008)
3 comentários:
Parabéns, caríssimo Augusto, hoje está num dia de verdadeira inspiração, tudo o que postou é belo!
Pois fico reconhecido nessa partilha de gosto. Dizem que o Outono ajuda os melancólicos (sem usar o termo, por ora, com a antiga conotação clínica)...
Caríssimo, sou um pouco avessa a nostalgias e luto energicamente contra as melancolias, mas como não amar o Outono (de Setembro e Outubro), se a luz e a cor se casam com tanta intensidade, que todos os nossos sentidos ficam apoucados.
Só mesmo a grandeza da nossa alma (tudo o que somos)pode comungar
em par de igualdade com tal casamento...
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