terça-feira, 1 de julho de 2008

para um JULHO inteiro

Na construção de Yourcenar e tradução elegante de António Ramos Rosa, Luísa Neto Jorge e Manuel João Gomes:
1.07.2008
Não te dei, ó Adão, nem rosto nem um lugar que te seja próprio, nem qualquer dom particular, para que teu rosto, teu lugar e teus dons os desejes, os conquistes e sejas tu mesmo a possuí-los. Encerra a natureza outras espécies, em leis por mim estabelecidas. Mas tu, que não conheces qualquer limite, só mercê do teu arbítrio, em cujas mãos te coloquei, te defines a ti próprio. Coloquei-te no centro do mundo, para que melhor pudesses contemplar o que o mundo contém. Não te fiz nem celeste nem terrestre, nem mortal nem imortal, para que tu, livremente, tal como um bom pintor ou um hábil escultor, dês acabamento à forma que te é própria.
1.07.2008
G. Pico de la Mirândola
1.07.2008
(in l'ouvre au noir, M. Yourcenar) talvez o melhor livro do mundo....

2 comentários:

Passiflora Maré disse...

"Abstive-me sempre de fazer da verdade um ídolo, preferindo designá-la pelo nome mais humilde de exactidão."
No mesmo livro mas da autoria da Marguerite.

Anónimo disse...

O Humanismo em estado puro. Um texto maravilhoso e num grande e lindo livro.