A LUZ
A pedra que reluz
Este som
A corda que o fere
Este lenço
O teu
Aquele todo branco
No escuro da porta
E tu desaparecias.
A Cal dos Muros, Poemas Açorianos
(O António era, antes de mais, um modo de estar no mundo, um jeito de andar, ao mesmo tempo preguiçoso e lesto, uma voz sussurrada que podia oscilar entre a observação mais grave e o mais límpido riso, a coincidência natural entre aquilo que de facto era e aquilo que parecia, que se inscrevia já, como uma imagem que à pele se colava, em cada gesto que fazia, em cada olhar, cada palavra que dizia, naquela economia de viver. António tinha ganho aquilo que é mais raro e mais difícil: um rosto - Bernardo Pinto de Almeida, apresentação d' A Cal dos Muros)
2 comentários:
Um homem que ganha um rosto, ainda mais na serenidade e mansa lentidão merece o nosso profundo respeito. Oportuno post.
Gostei muito.
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