Cantarei o homem criador crucificado em suas máquinas. Caçador caçado por suas armas. Tocador tocado por suas harpas. Cantarei o homem vezes homem até ao infinito. Cantarei o homem: esse mortal - imortal Cantarei o homem que transforma tudo e tão difìcilmente se transforma.
Ele que se escreve com h pequeno em todas as coisas que são grandes. Cantarei o homem no plural. Ele que é tão singular tão impossível de ser outro senão ele próprio: o homem. Cantarei o homem vezes homem até à massa. Cantarei a massa vezes massa até ao homem. Porque não sei doutra guerra. Não sei doutra paz. Não sei doutro poema que não seja o homem.
1 comentário:
Cantarei o homem criador crucificado
em suas máquinas. Caçador caçado
por suas armas. Tocador tocado
por suas harpas.
Cantarei o homem vezes homem até ao infinito.
Cantarei o homem: esse mortal - imortal
Cantarei o homem que transforma tudo
e tão difìcilmente se transforma.
Ele que se escreve com h pequeno
em todas as coisas que são grandes.
Cantarei o homem no plural.
Ele que é tão singular
tão impossível de ser outro
senão ele próprio: o homem.
Cantarei o homem vezes homem até à massa.
Cantarei a massa vezes massa até ao homem.
Porque não sei doutra guerra. Não sei doutra paz.
Não sei doutro poema que não seja o homem.
Manuel Alegre
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