De olhar nervoso, Camilo ia olhando para o helénico relógio que estava junto ao balcão de mármore do café "Tróia".
E por cada pingo, por cada gota de água que via cair para o cristalino recipiente colocado por baixo daquela estranha bacia furada, agitava-se um pouco mais... Cada vez mais impaciente e exasperado.
Da sua pequena mesa quadrada - também em tons de alabastro e com rebordos de madeira escura a condizer com a cadeira em couro tratado -, sorvendo o resto do digestivo brandy, Camilo persistia e aliterava:
"Pssst! Pssst! Ò Pessanha, vamos lá! Faz-me a conta do almoço que já estou atrasado para o trabalho!".
terça-feira, 27 de maio de 2008
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5 comentários:
Um belo texto. Parece que, ao fundo, se podem ver os barcos com flores...
Resta saber é por onde, nos dias que correm, poderá a débil ou a sonora flauta fazer-se ouvir.
Sei de um sítio ao pé das Escadas Monumentais.
Pois, mas agora é franchisado e nem como "Sing-Sing" se aguentou muito tempo. Também eu tenho saudades desse tempo que, ironicamente, não vivi. Mas lá que devia ter sido giro, devia.
Vocês não me digam que a Clepsidra já não existe????
É que eu deixei definitivamente Coimbra em 1986.
Estou velhota!!!!!
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