O poeta português Fernando Pessoa foi eleito uma das 50 personalidades que mais influência teve na Cultura europeia, revelou o Bureau Internacional das Capitais da Cultura. Este foi o resultado de uma votação de âmbito universitário promovida pela organização da Capital da Cultura Catalã em vários países europeus. Um total de 137.622 pessoas do continente europeu participaram neste inquérito que decorreu durante nove meses. Entre os eleitos, que se destacaram nas áreas das Humanidades, Artes e Ciências encontra-se para além Fernando Pessoa, Leonardo da Vinci, Shakespeare, Mozart, Einstein, Sócrates (o filosofo não o nosso primeiro :)), Goethe, Galileu Galilei, Carlemany, Erasme de Roterdão e Dostoievski. O presidente do Bureau Internacional de Capitais Culturais e da Organização da Capital da Cultura Catalã, Xavier Tudela, disse que «a Cultura é a essência que une os europeus. Quanto mais se conhecer o legado das pessoas que se destacaram no contributo cultural para o nosso continente mais capazes seremos de construir uma Europa mais forte e sólida».
Fonte: SolComo gostava de ser europeu e partilhar cultura e saber...
6 comentários:
"não sou nada, não posso querer ser nada,
à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"
Não é minha a pergunta, mas por aí lida: porque razão Fernando Pessoa aparece nas fotografias sempre com uma imagem que revela uma idade muito superior a que teria?
Falta acabar o mês e depois 13 dias para que passem 120 anos sobre o nascimento de Pessoa.
Como ele é imortal, será que tem de parecer (sempre) já um pouco idoso?
Mas é Grande, Enorme, Maior.
Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho
Não para te amar.
A tua carne calma
è fria em meu querer
Os meus desejos são cansaços
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.
Dorme, dorme, dorme
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.
Fernando Pessoa, 1924.
Sou um evadido
logo que nasci
fecharam-me em mim,
ah!, mas eu fugi.
Se a gente se cansa
do mesmo lugar,
do mesmo ser
porque não se cansar?
Minha alma procura-me
mas eu ando a monte.
Oxalá que ela
nunca me encontre.
Ser é uma cadeia.
Ser eu é não ser.
Eu vivo fugindo
mas vivo a valer.
Fernando Pessoa, 1931.
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