sexta-feira, 11 de abril de 2008

Casa

Em casa deitei-me no chão da sala. Fiquei bastante tempo a fumar cigarros e a olhar para o teto. Esperava que este caísse sobre mim, mas sabia que nada iria acontecer. Estranho como os meus desejos nunca se concretizam...

4 comentários:

Anónimo disse...

"Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste."

José Saramago
"Na ilha por vezes habitada"

Anónimo disse...

Espera...espera... e mais espera e eles não se concretizam...
Esse objecto do nosso desejo que, inatingível, não desce até nós, merece que levitemos e, numa suave fusão, o que era tecto agora seja chão.

Anónimo disse...

Pensei que o conhecia, mas essa dos cigarros baralhou-me totalmente.

Anónimo disse...

"A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.

Mario Quintana
"AS INDAGAÇÕES"