tag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post5533441029503362155..comments2023-09-17T09:49:30.781+01:00Comments on penasuave: Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02042462599118159389noreply@blogger.comBlogger17125tag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-80273861304222961732008-04-08T20:03:00.000+01:002008-04-08T20:03:00.000+01:00"Bebido o luar, ébrios de horizontes, Julgamos que..."Bebido o luar, ébrios de horizontes, <BR/>Julgamos que viver era abraçar <BR/>O rumor dos pinhais, o azul dos montes <BR/>E todos os jardins verdes do mar. <BR/><BR/>Mas solitários somos e passamos, <BR/>Não são nossos os frutos nem as flores, <BR/>O céu e o mar apagam-se exteriores <BR/>E tornam-se os fantasmas que sonhamos. <BR/><BR/>Por que jardins que nós não colheremos, <BR/>Límpidos nas auroras a nascer, <BR/>Por que o céu e o mar se não seremos <BR/>Nunca os deuses capazes de os viver."<BR/><BR/>Sophia de Mello Breyner Andresen<BR/><BR/>E...fico "lendo no escuro",para não falar das saudades que tenho do mar!!!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-82870816635362964902008-04-08T17:38:00.000+01:002008-04-08T17:38:00.000+01:00As saudades do marEscoam-se os minutos vãoscomo se...As saudades do mar<BR/><BR/>Escoam-se os minutos vãos<BR/>como se escoa o pranto<BR/>e eu olho com raiva e espanto<BR/>as minhas mãos.<BR/><BR/>Vazias. estrangularam o vento.<BR/>E seu voo, quando querem voar,<BR/>é lento como o desalento.<BR/><BR/>- Que saudades do mar.<BR/><BR/>Do mar daquela terra estilhaçada<BR/>que é minha, da minha raça<BR/>que não tem direito a nada<BR/>mas tem direito à desgraça<BR/><BR/>Desgraça. E as minhas mãos olhando,<BR/>com raiva e espanto, eu cismo<BR/>que são dois pedaços de cortiça boiando<BR/>no tempo, à beira do abismo.<BR/><BR/>Sidónio Muralha (1920 - 1982)Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-29288919254222541922008-04-03T00:33:00.000+01:002008-04-03T00:33:00.000+01:00"Levadinho para o marVai o rio mansamente,Fala à a..."Levadinho para o mar<BR/>Vai o rio mansamente,<BR/>Fala à areia que é seu par<BR/>O murmúrio da corrente.<BR/><BR/>A noite é linda, serena;<BR/>Que encanto vai lá nos céus,<BR/>Para vencê-lo morena<BR/>Só os teus olhos nos meus.<BR/><BR/>É como a água do mar<BR/>O amor na viração,<BR/>Beija a praia e ao voltar<BR/>Traz de novo o coração.<BR/><BR/>(estribilho)<BR/>O céu tem estrelas,<BR/>Lá anda o luar<BR/>Brincando com elas<BR/>Na roda sem par.<BR/><BR/>A ti meu amor<BR/>Eu te peço cativo,<BR/>A ti que és a flor<BR/>Por quem eu só vivo.<BR/><BR/>Não vá eu ficar<BR/>Na roda sem par."<BR/><BR/>Incipit: Levadinho para o mar<BR/>Música: Luís Pinto de Albuquerque<BR/>Letra:Fernandes Duarte<BR/>Origem: Coimbra<BR/>Função inicial: Fogueiras de São João; serenata popular<BR/>Data: 1906Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-57189420214952486822008-04-02T19:10:00.000+01:002008-04-02T19:10:00.000+01:00Cortaram as asasao rouxinol.Rouxinol sem asasnão p...Cortaram as asas<BR/>ao rouxinol.<BR/>Rouxinol sem asas<BR/>não pode voar.<BR/><BR/>Quebraram-te o bico,<BR/>rouxinol!<BR/>Rouxinol sem bico<BR/>não pode cantar.<BR/><BR/>Que ao menos a Noite<BR/>ninguém, rouxinol,<BR/>ta queira roubar.<BR/>Rouxinol sem Noite<BR/>não pode viver.<BR/><BR/>Sebastião da GamaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-38230925097595827852008-04-02T17:59:00.000+01:002008-04-02T17:59:00.000+01:00"É preciso acreditar!É preciso acreditarque o sorr..."É preciso acreditar!<BR/>É preciso acreditar<BR/>que o sorriso de quem passa<BR/>é um bem p’ra se guardar;<BR/>que é luar ou sol de graça<BR/>que nos vem alumiar,<BR/>com amor alumiar.<BR/><BR/>É preciso acreditar!<BR/>É preciso acreditar<BR/>que a canção de quem trabalha<BR/>é um bem p’ra se guardar;<BR/>que não há nada que valha<BR/>a vontade de cantar,<BR/>a qualquer hora cantar.<BR/><BR/>É preciso acreditar!<BR/>É preciso acreditar<BR/>que uma vela ao longe solta<BR/>é um bem p’ra se guardar;<BR/>que, se um barco parte ou volta,<BR/>passará no alto mar<BR/>e que é livre o alto mar.<BR/><BR/>É preciso acreditar!<BR/>É preciso acreditar<BR/>que esta chuva que nos molha<BR/>é um bem p’ra se guardar;<BR/>que sempre há terra que colha<BR/>um ribeiro a despertar<BR/>para um pão por despertar."Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-55035046595394927772008-04-02T17:00:00.000+01:002008-04-02T17:00:00.000+01:00Um novo dia nasce com o Sol(bem, ao tempo que por ...Um novo dia nasce com o Sol<BR/>(bem, ao tempo que por aí anda)<BR/>já sem o risco das mentiras de ontem...<BR/><BR/>Chegam as de todos os dias<BR/><BR/>e, como as verdades,<BR/><BR/>têm de ser bem vindas.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-37170158270949610542008-04-02T04:39:00.000+01:002008-04-02T04:39:00.000+01:00Vencido (no que a felicidade tem de ler)parte em b...Vencido <BR/>(no que a felicidade tem de ler)<BR/>parte em buscar do lençol perdido<BR/>que o tempo é sempre o que houver.<BR/><BR/>B. NoiteAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-32302002138501663422008-04-02T04:32:00.000+01:002008-04-02T04:32:00.000+01:00"Ai as almas dos poetas Não as entende ninguém; Sã..."Ai as almas dos poetas <BR/>Não as entende ninguém; <BR/>São almas de violetas <BR/>Que são poetas também.' <BR/><BR/>Florbela EspancaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-26223327008592442892008-04-02T04:28:00.000+01:002008-04-02T04:28:00.000+01:00Fuego insondable!!!!Sem dúvida(parece que o Blogue...Fuego insondable!!!!<BR/><BR/>Sem dúvida<BR/><BR/>(parece que o Blogue está conectado à fonte da poesia)Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-58341534099658973562008-04-02T04:23:00.000+01:002008-04-02T04:23:00.000+01:00MAR DISTANTESi no es el mar, si es su imagen,su es...MAR DISTANTE<BR/><BR/>Si no es el mar, si es su imagen,<BR/>su estampa, vuelta, en el cielo.<BR/>Si no es el mar, si es tu voz<BR/>delgada,<BR/>a través del ancho mundo,<BR/>en altavoz, por los aires.<BR/>Si no es el mar, si es su nombre<BR/>en un idioma sin labios,<BR/>sin pueblo,<BR/>sin más palabra que ésta:<BR/>mar.<BR/>Si no es el mar, si es su idea<BR/>de fuego, insondable, limpia;<BR/>y yo,<BR/>ardiendo, ahogándome en ella.<BR/><BR/>Pedro Salinas (1892-1951)Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-57272824235785397402008-04-02T04:10:00.000+01:002008-04-02T04:10:00.000+01:00O TEU RETRATODeus fez a noite com o teu olhar,Deus...O TEU RETRATO<BR/><BR/>Deus fez a noite com o teu olhar,<BR/>Deus fez as ondas com os teus cabelos;<BR/>Com a tua coragem fez castelos<BR/>Que pôs, como defesa, à beira-mar.<BR/><BR/>Com um sorriso teu, fez o luar<BR/>(Que é sorriso de noite, ao viandante)<BR/>E eu que andava pelo mundo, errante,<BR/>Já não ando perdido em alto-mar!<BR/><BR/>Do céu de Portugal fez a tua alma!<BR/>E ao ver-te sempre assim, tão pura e calma,<BR/>Da minha Noite, eu fiz a Claridade!<BR/><BR/>Ó meu anjo de luz e de esperança,<BR/>Será em ti afinal que descansa<BR/>O triste fim da minha mocidade!<BR/><BR/>António NobreAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-85487654766249297582008-04-02T04:01:00.000+01:002008-04-02T04:01:00.000+01:00dançam na praia; na orla onde se vai acumulandouma...dançam na praia; <BR/>na orla onde se vai acumulando<BR/>uma primeira espuma;<BR/>de que surge a segunda;<BR/>que segrega, por sua vez,<BR/>o atídoto do mar;<BR/>usado sobre os rostos,<BR/>contra a acidez do sal, do iodo,<BR/>e esse trabalho atrasa mais<BR/>o movimento já difícil<BR/>de quem dança<BR/>desde o crepúsculo; talvez<BR/>possam chegar à madrugada;<BR/>mas não podem <BR/>refugiar-se noutra noite, ao fim do túnel diurno.<BR/><BR/>Carlos de Oliveira, Dança, IAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-69631843188387432282008-04-02T01:13:00.000+01:002008-04-02T01:13:00.000+01:00"EsperemosHá outros dias que não têm chegado ainda..."Esperemos<BR/><BR/>Há outros dias que não têm chegado ainda,<BR/>que estão fazendo-se<BR/>como o pão ou as cadeiras ou o produto<BR/>das farmácias ou das oficinas<BR/>- há fábricas de dias que virão -<BR/>existem artesãos da alma<BR/>que levantam e pesam e preparam<BR/>certos dias amargos ou preciosos<BR/>que de repente chegam à porta<BR/>para premiar-nos<BR/>com uma laranja<BR/>ou assassinar-nos de imediato."<BR/><BR/>Pablo NerudaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-54312560967426557932008-04-02T00:41:00.000+01:002008-04-02T00:41:00.000+01:00Houve um tempo que se acreditouem mútuo acordoQue ...Houve um tempo que se acreditou<BR/>em mútuo acordo<BR/>Que chegava sonhar<BR/>no lugar do outro<BR/>Trocando intenções,<BR/>voando promessas.<BR/><BR/>Volta, luminoso luar<BR/>de lua perdida;<BR/>Encontra na vida<BR/>o silêncio a emprestar.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-74894010312779066142008-04-02T00:36:00.000+01:002008-04-02T00:36:00.000+01:00Tinhamos a luz nos olhos,entre as casas e o marsol...Tinhamos a luz nos olhos,<BR/>entre as casas e o mar<BR/>soletrando letras,escolhos<BR/>verbos de dizer amar.<BR/><BR/>Aprendiamos em silêncio,<BR/>oh!, tantas vezes mais<BR/>eu dizia o que não penso<BR/>fingindo-te os meus ais.<BR/><BR/>Caminhavamos pela areia branca<BR/>chapinhando no sal os pés;<BR/>olhava-te como a uma santa<BR/>a quem se devotam as fés.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-31887205059401057452008-04-02T00:28:00.000+01:002008-04-02T00:28:00.000+01:00"Há 3 coisas que jamais voltam: a flecha lançada, ..."Há 3 coisas que jamais voltam: a flecha lançada, a palavra DITA e a oportunidade perdida"<BR/><BR/>Provérbio ChinêsAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-1282984151454008222008-04-02T00:20:00.000+01:002008-04-02T00:20:00.000+01:00Dia DOIS de ABRIL....A VERDADE A porta da verdade ...Dia DOIS de ABRIL....<BR/><BR/>A VERDADE <BR/>A porta da verdade estava aberta,<BR/>Mas só deixava passar<BR/>Meia pessoa de cada vez.<BR/>Assim não era possível atingir toda a verdade,<BR/>Porque a meia pessoa que entrava<BR/>Só trazia o perfil de meia verdade,<BR/>E a sua segunda metade<BR/>Voltava igualmente com meios perfis<BR/>E os meios perfis não coincidiam verdade...<BR/>Arrebentaram a porta.<BR/>Derrubaram a porta,<BR/>Chegaram ao lugar luminoso<BR/>Onde a verdade esplendia seus fogos.<BR/>Era dividida em metades<BR/>Diferentes uma da outra.<BR/>Chegou-se a discutir qual<BR/>a metade mais bela.<BR/>Nenhuma das duas era totalmente bela<BR/>E carecia optar.<BR/>Cada um optou conforme<BR/>Seu capricho,<BR/>sua ilusão, <BR/>sua miopia."<BR/><BR/>(Carlos Drummond de Andrade)Anonymousnoreply@blogger.com