tag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post3293521146437689497..comments2023-09-17T09:49:30.781+01:00Comments on penasuave: Coimbra, 2006Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02042462599118159389noreply@blogger.comBlogger13125tag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-58177810077437860872008-04-18T22:30:00.000+01:002008-04-18T22:30:00.000+01:00....DaquelaMinha janelaDa tal casa tosca e belaÀ q.......<BR/>Daquela<BR/>Minha janela<BR/>Da tal casa tosca e bela<BR/>À qual quis como se fôra<BR/>Feita para eu morara nela !<BR/>Lá no craveiro que eu tinha,<BR/>Onde uma cepa cansada<BR/>Mal dava cravos sem vida,<BR/>Nasceu essa acáciazinha<BR/>Que depois foi transplantada<BR/>E cresceu, dom de Deus !<BR/>Aos pés lá da estranha casa<BR/>Do largo do cemitério,<BR/>Frente aos ciprestes que em frente<BR/>Mostram os céus<BR/>Como dedos apontados<BR/>De gigantes enterrados ...<BR/>Quem desespera dos homens<BR/>Se a alma lhe não secou,<BR/>A tudo transfere a esperança<BR/>Que a humanidade frustrou:<BR/>E é capaz de amar as plantas,<BR/>De esperar dos animais,<BR/>De humanizar coisas brutas,<BR/>Tais e tantas,<BR/>Que será bom ter pudor<BR/>De as contar seja a quem for.<BR/>O amor, a amizade, e quantos<BR/>Sonhos de cristal sonhara,<BR/>Bens deste mundo, que o mundo<BR/>Me levara,<BR/>De tal maneira me tinham,<BR/>Ao fugir-me,<BR/>Deixado só, nulo, atónito,<BR/>A mim, que tanto esparara<BR/>Ser fiel,<BR/>E forte,<BR/>E firme,<BR/>Que não era mais que a morte<BR/>A vida que então vivia,<BR/>Auto-cadáver ...<BR/>E era então que sucedia<BR/>Que em Portalegre, cidade<BR/>Do Alto Alentejo, cercada<BR/>De serras, ventos penhascos, oliveiras e sobreiros,<BR/>Aos pés lá da casa velha<BR/>Cheia dos maus e bons cheiros<BR/>Das casas que têm história,<BR/>Cheia da ténue, mas viva, obsidiante memória<BR/>De antigas gentes e traças,<BR/>Cheia de sol nas vidraças<BR/>E de escuro nos recantos,<BR/>Cheia de medo e sossego,<BR/>De silêncio e de espantos,<BR/>- A minha acácia crescia.<BR/>Vento soão ! obrigado<BR/>Pela doce companhia<BR/>Que em teu hálito empestado,<BR/>Sem eu sonhar, me chegava !<BR/>E a cada raminho novo<BR/>Que a tenra acácia deitava,<BR/>Será loucura ! ... mas era<BR/>Uma alegria<BR/>Na longa e negra apatia<BR/>Daquela miséria extrema<BR/>Em que eu vivia,<BR/>E vivera,<BR/>Como se fizera um poema,<BR/>Ou se um filho me nascera.<BR/><BR/>Toada de Portalegre<BR/>(José Régio)Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-60281510379735471912008-04-18T11:35:00.000+01:002008-04-18T11:35:00.000+01:00Era um quarto no centrode um verbo intransitivo.Ou...Era um quarto no centro<BR/>de um verbo intransitivo.<BR/>Ou talvez por dentro<BR/>de um antigo perdido substantivo.<BR/><BR/>Era um quarto no cimo do indizível<BR/>com muitos livros nas estantes <BR/> e um guitarra imprevisível<BR/>pendurada nos instantes.<BR/><BR/>Voltado para a lua<BR/>nasciam nele os grandes frios<BR/>e aquela torre que flutua <BR/>por sobre os rios.<BR/><BR/>Intensamente uma luz brilhava.<BR/>Era o quarto: lá onde a noite se tecia<BR/>de música e palavra.<BR/><BR/>E devagar Coimbra amanhecia.<BR/><BR/>Manuel Alegre, O QuartoAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-21427541655119728962008-04-18T02:48:00.000+01:002008-04-18T02:48:00.000+01:00O vento trás o cheiro das castanhasem Dezembro no ...O vento trás o cheiro das castanhas<BR/>em Dezembro no Largo de Sansão<BR/>o apelo da noite o calor de um regaço<BR/>as putas virgens do terreiro da erva<BR/>um sabor de pão quente e de cerveja<BR/><BR/>O vento trás os choupos e as laranjas<BR/>os comboios da Europa a estação Velha<BR/>o fumo das fogueiras dos ciganos<BR/>do outro lado do rio e o lamento<BR/>das folhas a cair dos altos ramos<BR/>variações em ré menor rolar doa anos<BR/><BR/>E o que fica de coimbra é esse vento.<BR/><BR/>Manuel Alegre, Coimbra e o vento.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-7439120371886173462008-04-18T01:16:00.000+01:002008-04-18T01:16:00.000+01:00Observado (o objecto e o observador) com rigor.O q...Observado (o objecto e o observador) com rigor.<BR/><BR/>O que, de todo o modo, nada tendo a ver com Celas, pode efectivamente ser Coimbra.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-42360504785451217052008-04-18T00:57:00.000+01:002008-04-18T00:57:00.000+01:00Sinceramente, acho que a foto só pode ter um signi...Sinceramente, acho que a foto só pode ter um significado objecto/observador e quer um quer outro ( para o ora observador da foto ) podem «deslocalizar-se» - em qualquer cidade ou terreola há objectos assim observados e iguais observadores...e por isso também só por isso, pode ser em Coimbra...Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-82759837562996579332008-04-17T08:58:00.000+01:002008-04-17T08:58:00.000+01:00Coimbra é uma palavra que se escrevecom amigos a p...Coimbra é uma palavra que se escreve<BR/>com amigos a partir de cada letra<BR/>Diz-se Coimbra e é Largo da Portagem<BR/><BR/>.....<BR/><BR/>Quando se chega ao largo da Sé Velha<BR/>começa devagar a ser poema<BR/><BR/>Manuel Alegre, A ponte sobre o lAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-88364145674210178192008-04-17T08:55:00.000+01:002008-04-17T08:55:00.000+01:00Altas torres tem Coimbraaltas torres onde o ventos...Altas torres tem Coimbra<BR/>altas torres onde o vento<BR/>se veste de lua e cabra<BR/>Altas torres que por dentro<BR/>são só de som e palavra<BR/><BR/>...<BR/><BR/>Altas torres tem Coimbra.<BR/><BR/>Manuel Alegre, Poema das Altas Torres.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-34277921888460849842008-04-17T08:52:00.000+01:002008-04-17T08:52:00.000+01:00"Coimbra era um puro aconteceruma vivência de dent..."Coimbra era um puro acontecer<BR/>uma vivência de dentro um exercício<BR/>um jogo de metáforas e sintaxes<BR/>ó corpos cintilantes diante dos espelhos<BR/>cabelos loiros sobre os ombros: cidade<BR/>....<BR/><BR/>Manuel Alegre, Invenção de uma cidadeAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-84280946707943705862008-04-17T08:07:00.000+01:002008-04-17T08:07:00.000+01:00E o nevoeiro levanta docementecom a entrega de sem...E o nevoeiro levanta docemente<BR/>com a entrega de sempre.<BR/>Quer que o dia seja de brilho fino,quer que mais não durma, o menino...Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-67835028649380924142008-04-17T08:06:00.000+01:002008-04-17T08:06:00.000+01:00Vem uma fresca manhã sobre Coimbrae eu durmo, aind...Vem uma fresca manhã sobre Coimbra<BR/>e eu durmo, ainda<BR/>pensando nos teus olhos doces<BR/>como se fosses<BR/>mais que uma lembrançaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-31487234686071793382008-04-17T01:42:00.000+01:002008-04-17T01:42:00.000+01:00Errata:comentário pretérito: deve ler-se "E não ia...Errata:<BR/><BR/>comentário pretérito: deve ler-se "E não ia"Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-75684098146760454452008-04-17T01:41:00.000+01:002008-04-17T01:41:00.000+01:00Claro que nâo. Deus nos livre. celas é um sítio on...Claro que nâo. Deus nos livre. celas é um sítio onde se colocam os malandros e outros espertos. E Celas é uma zona de quintas próxima da urbe coimbrã.<BR/><BR/>Quanto à fotografia, é Coimbra. Sob pena, acrescento, de nada o ser (o restante é Baixa e Alta, não Coimbra).<BR/><BR/>E não ir encimar a foto com o nome do homem. Esse que nem pátria tinha, coitado...Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-71610352882979974842008-04-17T01:32:00.000+01:002008-04-17T01:32:00.000+01:00Celas não é Coimbra.Celas não é Coimbra.Anonymousnoreply@blogger.com