tag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post3093382436895176441..comments2023-09-17T09:49:30.781+01:00Comments on penasuave: POEMA do DIAAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/02042462599118159389noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-86077972627853953082008-04-11T21:24:00.000+01:002008-04-11T21:24:00.000+01:00"Cansei-me de tentar o teu segredo:No teu olhar se..."Cansei-me de tentar o teu segredo:<BR/>No teu olhar sem cor, - frio escalpelo,<BR/>O meu olhar quebrei, a debatê-lo,<BR/>Como a onda na crista dum rochedo.<BR/><BR/>"Segredo dessa alma e meu degredo<BR/>E minha obsessão! Para bebê-lo<BR/>Fui teu lábio oscular, num pesadelo,<BR/>Por noites de pavor, cheio de medo.<BR/><BR/>E o meu ósculo ardente, alucinado,<BR/>Esfriou sobre mármore correcto<BR/>Desse entreaberto lábio gelado:<BR/><BR/>Desse lábio de mármore, discreto,<BR/>Severo como um túmulo fechado,<BR/>Sereno como um pélago quieto."<BR/><BR/>Camilo Pessanha<BR/>"Estátua"<BR/>P.S-Impressionou-me!!!Já "provei"o gelo frio e duro da "estátua",num beijo de despedida...ainda que desesperadamente,desejasse<BR/>afastá-la "do tumulto dos cemitérios"!<BR/>Certus an...incertus quando!!!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-76811360476648456162008-04-10T22:37:00.000+01:002008-04-10T22:37:00.000+01:00"Pudesse eu como o luar Sem consciência encher A n..."Pudesse eu como o luar <BR/>Sem consciência encher <BR/>A noite e as almas e inundar <BR/>A vida de não pertencer!" <BR/><BR/>Fernando Pessoa<BR/>Poesias Inéditas -1920Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-85163106142671434472008-04-10T18:40:00.000+01:002008-04-10T18:40:00.000+01:00"Não direi: Que o silêncio me sufoca e amordaça. C..."Não direi: <BR/>Que o silêncio me sufoca e amordaça. <BR/>Calado estou, calado ficarei, <BR/>Pois que a língua que falo é de outra raça. <BR/>Palavras consumidas se acumulam, <BR/>Se represam, cisterna de águas mortas, <BR/>Ácidas mágoas em limos transformadas, <BR/>Vaza de fundo em que há raízes tortas. <BR/>Não direi: <BR/>Que nem sequer o esforço de as dizer merecem, <BR/>Palavras que não digam quanto sei <BR/>Neste retiro em que me não conhecem. <BR/>Nem só lodos se arrastam, nem só lamas, <BR/>Nem só animais bóiam, mortos, medos, <BR/>Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam <BR/>No negro poço de onde sobem dedos. <BR/>Só direi, <BR/>Crispadamente recolhido e mudo, <BR/>Que quem se cala quando me calei <BR/>Não poderá morrer sem dizer tudo."<BR/><BR/>José Saramago<BR/>Poema à boca fechadaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4994057913023163265.post-2442269792505826972008-04-10T02:01:00.000+01:002008-04-10T02:01:00.000+01:00Tudo era claro: céu, lábios, areias. O mar estava ...Tudo era claro: <BR/>céu, lábios, areias. <BR/>O mar estava perto, <BR/>Fremente de espumas. <BR/>Corpos ou ondas: <BR/>iam, vinham, iam, <BR/>dóceis, leves, só <BR/>alma e brancura. <BR/>Felizes, cantam; <BR/>serenos, dormem; <BR/>despertos, amam, <BR/>exaltam o silêncio. <BR/>Tudo era claro, <BR/>jovem, alado. <BR/>O mar estava perto, <BR/>puríssimo, doirado. <BR/> <BR/>Eugénio de AndradeAnonymousnoreply@blogger.com