terça-feira, 18 de outubro de 2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Noctívagos

Nas primeiras vezes que descia no meu corpo e degustava o meu desejo ela dizia que só a pessoas muito especiais fazia certo tipo de coisas, mas todos os noctívagos sabiam que isso não era assim e muitos deles partilhavam o saber velado em silêncios solidários.
No entanto, aquelas palavras, muito embora fossem falsas e eu tivesse a plena consciência disso, aqueciam-me a alma como a boca dela me aquecia o corpo…

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Agora...

agora que cai a neve no calor da noite
deixo que os olhos fechem o som do tempo
e revolto-me com a escuta dos silêncios
à procura das palavras mortas, de sílabas
escondidas entre andaimes
que livrem o medo do fim. porque
só a desmesura liberta, nesse
arrepio de laços que revolta a incongruência
num beijo sem lábios, num abraço sem braços
na inocente verdade do falso.

andam pela noite
percorrendo as pétalas
sobradas dum dia inteiro
quente e inquieto
e não há lençóis
que aguentem
o peso do linho